A Justiça revogou a prisão de Julio Cezar Ferreira dos Santos, Diego de Sousa Nunes, Diogo Francisco, Edilson Rodrigues Ferreira e Taygor Ivan Moretto Pelissari, réus por envolvimento na disputa do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul.
O grupo estava preso desde o fim de 2023, quando foi deflagrada uma das fases da Operação Successione, que mira uma organização criminosa que disputa o jogo do bicho no Estado. Na época, eles foram presos por integrar organização criminosa armada e exploração ilegal do jogo do bicho.
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No fim do mês ado, os réus alegaram que não há motivos para a manutenção da prisão. Na ocasião, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se manifestou contra o pedido, mas o Poder Judiciário acatou a solicitação e determinou a soltura dos envolvidos.
“Não subsistem elementos que fundamentem a necessidade da prisão para aplicação da lei penal, bem como o risco concreto de fuga do distrito da culpa, sobretudo pelo encerramento da instrução processual e pelo tempo em que permaneceram presos os requerentes”, diz a decisão assinada pela juíza de Direito, May Melke Amaral, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande.
Em março deste ano, o deputado Roberto Razuk, o ‘Neno’, foi ouvido na segunda audiência do caso. Neno foi alvo de busca e apreensão em sua casa em um condomínio de luxo, em Campo Grande, pois foi acusado de usar servidores da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) para a organização criminosa do jogo do bicho.
Guerra pela disputa do jogo do bicho
Segundo comerciantes que atuam como anotadores de apostas, policiais militares e civis estariam abordando os cambistas para impor a mudança do controle das banquinhas do jogo do bicho para os donos da ‘Banca BR’.
De acordo com a denúncia, a tática, que não é nova, estaria usando a atuação policial na repressão à contravenção como forma de ‘pressionar’ os anotadores e coletores a aceitarem a nova direção, supostamente ligada ao deputado estadual Neno Razuk (PL).
Em troca, os policiais receberiam propina em forma de ‘mesadas’, além de favores políticos dentro das instituições. Os laços entre servidores da segurança pública de MS e o jogo do bicho também não são novidade e já chegaram a ser apontados como pivô de mudanças na Sejusp.
Assim, a primeira fase da Operação Sucessione, realizada pelo Gaeco, prendeu 10 envolvidos com o grupo que teria como líder Neno Razuk.
Perito da PC usou celular para ameaçar anotadores de grupo rival
Um perito da Polícia Civil foi denunciado por fazer ameaças ao grupo rival de anotadores do jogo do bicho que estão atuando em Campo Grande. O Jornal Midiamax teve o ao documento da denúncia, que traz que as novas ameaças começaram um dia antes de 8 de julho de 2024.
No dia em questão, uma segunda-feira, a vítima disse que estava em casa junto da família. Uma vizinha teria mandado mensagens dizendo que tinha visto parado em frente à casa do anotador um Fiat Pálio, de cor vermelha, com três homens, em atitude suspeita.
Um deles desceu do carro e ou a fazer fotos da residência, indo, inclusive, até o portão se abaixando e fazendo fotos de dentro da garagem da vítima. Logo em seguida, o homem voltou para a esquina, onde continuou de ‘campana’. Momentos depois, a esposa do anotador saiu da residência e percebeu que estava sendo seguida pelo mesmo veículo que anteriormente estava em frente de sua casa.
Com medo, ela parou em uma farmácia para abrigar-se e ligou para o marido, que pediu que acionasse a polícia. Um dos ocupantes do carro ainda desceu e ficou na esquina ‘cuidando’ a mulher que saiu do local, indo a uma loja de roupas.
Ela foi seguida mais uma vez pelos ocupantes do carro. O marido da mulher foi ao seu encontro e, quando chegou ao local, o ocupante do Fiat Pálio que estava de ‘tocaia’ foi embora. Em seguida, a Polícia Militar chegou ao local e, de acordo com a vítima, um dos militares que estava no local seria um conhecido.
Ao mostrar a foto do suspeito para o policial, ele não o reconheceu. No entanto, ainda conforme o relato, dias antes de ter a esposa perseguida, o anotador revelou que recebeu mensagens com ameaças e intimidações. As ameaças determinavam que ele parasse de trabalhar no grupo que está atuando em Campo Grande, no jogo do bicho.
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